domingo, 3 de junho de 2012

Monteiro Lobato





Era viciado em leituras, seduzido, ainda antes de saber ler, pelas gravuras que encontrava em livros e revistas nas estantes do escritório do avô, o Visconde de Tremembé. “A biblioteca de meu avô é ótima, tremendamente histórica e científica. Merecia uma redoma… Cada vez que me pilhava na biblioteca do meu avô, abria um daqueles volumes e me deslumbrava.” “Mais tarde te contarei a minha doença ‘delirium legens’, espécie de ‘delirium tremens’ dos bêbados. Leio tanto que quando vou para a cama meu cérebro continua a ler maquinalmente.” Ou ainda: “A civilização me fez ‘um animal que lê’, como um porco é um animal que come. Dois meses já sem leitura me vêm deixando estranhamente faminto: imagine Rabicó sem cascas de abóbora por 30 dias!”

Obrigado pela família a cursar Direito, Monteiro Lobato (18 de abril de 1882 – 4 de julho de 1948) devorava literalmente tudo o que lhe fosse parar às mãos, comprazendo-se com os clássicos e tomando então consciência da exígua quantidade de obras destinadas a olhos infantis. Fazendeiro, empresário, político, escritor, editor, envereda definitivamente pela produção de livros para crianças em 1926, depois do sucesso das traduções das suas obras no estrangeiro: “Ando com ideias de entrar por esse caminho: livros para crianças. De escrever para marmanjos já me enjoei. Bichos sem graça. Mas para as crianças um livro é todo um mundo. Lembro-me de como vivi dentro do ‘Robinson Crusoé’ de Laemmert. Ainda acabo fazendo livros onde as nossas crianças possam morar. Não ler e jogar fora, sim morar, como morei no ‘Robinson’ e no ’’Os filhos do Capitão Grant’.” Monteiro Lobato era espírita.

Não se pode falar em condenação eterna


Muitos acreditam na crença das penas eternas, como se Deus pudesse ser pego de surpresa com os nossos erros. Há, no mundo cristão, a crença de que, se nós cometemos pecados usando mal o nosso livre-arbítrio, Deus nos punirá com a condenação eterna num inferno de fogo e enxofre.

Primeiro, não existe fogo nem enxofre no mundo espiritual por se tratarem de elementos físicos. Segundo, sendo Deus infinitamente bom, infinito é o seu perdão. Então, se o perdão é infinito, temos a eternidade para nos arrepender e sermos perdoados.

Mas as igrejas não admitem que, se Deus criou as almas e lhes deu o livre-arbítrio, antes disso, o Criador já possuía a presciência, sabendo antecipadamente a decisão que seu filho tomaria.
Com base nessa premissa, não se pode falar em condenação eterna. Se as almas são criadas no momento da concepção, Deus sabe qual alma irá sucumbir à vida terrena. E, se sabe, então por que a criou? Seria melhor criar almas que usariam o livre arbítrio apenas para o bem.

Independentemente dos erros, sempre teremos oportunidades de quitá-los perante a justiça divina. Não é justo, por causa de um pecado, Deus condenar eternamente essa alma sem usar um critério justo de proporcionalidade de pena, punindo a todos da mesma forma, independentemente do grau de seus pecados.

Se o pecado é temporário, a pena não pode ser eterna, e se não é da vontade do pai que nenhum de seus filhos se percam (Mt 18:14), então, a vontade de Deus é a que prevalece, logo, todos serão salvos.

Publicado no O Tempo

http://www.otempo.com.br/otempo/noticias/?IdNoticia=199904,OTE&IdCanal=2



Brasileiro lê, em média, quatro livros por ano, revela pesquisa.


A média de leitura do brasileiro é de 4 livros por ano, sendo apenas 2,1 livros até o fim, segundo a 3ª edição da pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, divulgada nesta quarta-feira. O número é menor do que o registrado em 2007, quando foi feita a 2ª edição da pesquisa. Na época, a média de livros lidos por ano era de 4,7.

O levantamento foi feito pelo Ibope Inteligência com 5 mil entrevistados em 315 municípios entre junho e julho de 2011. A pesquisa, encomendada pelo Instituto Pró-Livro, mostra ainda que metade da população - cerca de 88,2 milhões de pessoas - é considerada leitora, ou seja, leu ao menos um livro nos últimos três meses. O índice é menor do que o registrado em 2007, quando 55% da população havia declarado ter lido ao menos um livro nos três meses que antecederam a pesquisa. O Centro-Oeste é a região com melhor média de livros lidos, seguido pelo Nordeste, Sudeste, Sul e Norte.

A Bíblia é o livro mais lido no Brasil, seguido por livros didáticos, romances, livros religiosos, contos e livros infantis. As mulheres leem mais do que os homens. Enquanto 53% delas são leitoras, entre os homens o índice é de 43%.

Ainda segundo a pesquisa, 75% da população nunca frequentou uma biblioteca na vida. Presente à abertura do seminário Retratos da Leitura no Brasil, no qual o levantamento foi divulgado, a ministra da Cultura, Ana de Hollanda, disse que o governo trabalha para zerar o número de municípios sem biblioteca.

- A leitura, quando vai além do livro didático, vai permitir a formação do cidadão, vai dar ao cidadão as ferramentas do conhecimento, permitir a ele desenvolver a capacidade de reflexão e análise, de questionar e desenvolver seu pensamento e sua opinião. A literatura tem essa capacidade. A televisão não permite tanto a reflexão quanto o livro - afirmou a ministra.

Durante o evento, fez-se um minuto de silêncio em homenagem ao escritor Millôr Fernandes, que faleceu na madrugada desta quarta-feira. Ana de Hollanda considerou a morte do escritor uma “perda irreparável”.


É a bíblia a palavra de Deus?



Se a bíblia fosse a palavra de Deus como muitos pretendem, deveria ser como o sol, estando presente em todos os países do mundo para beneficiar todos os povos; deveria  ser como a Lei da gravidade, que atrai os corpos em qualquer lugar da Terra sem escolher pessoas; deveria de ser como a chuva, que beneficia todas as lavouras e plantações do mundo, conforme podemos concluir dessa fala de Jesus: “o Pai que está no céu faz o sol nascer sobre maus e bons, e a chuva cair sobre justos e injustos” (Mt 5,45). Se a bíblia fosse a palavra de Deus, deveria ter uma linguagem clara, onde ninguém pudesse interpretá-la erroneamente. Não deveria incentivar as guerras, contendas e divisões entre povos; não incentivaria ao infanticídio, a invasão de residências e nem mesmo a matanças de pobres animais indefesos. A Bíblia incentiva a violência contra a própria natureza humana; e como Deus pode dar o aval para todos esses crimes? Como Deus pode colocar um filho contra o outro? Só mesmo pessoas que não percebem que este livro não passa de um livro HISTÓRICO, pode acreditar que Deus tenha participado em algum momento de seus versículos. Se a Bíblia fosse a palavra de Deus, obrigatoriamente deveria de estar presente em todos os mundos habitados no universo. Ela está? A frase: "a Bíblia é a palavra de Deus", serve apenas para dar credibilidade as escrituras hebraicas, com seus 22 livros, que não correspondem aos constantes das Bíblias cristãs, já que sabemos que todos foram uma mera escolha humana. Como um livro que contêm mitos, lendas, citações infantis, corriqueiras e até cômicas de um povo antigo, pode ter a participação do Criador? Dizer que Deus nos deixou sua palavra na Bíblia é afirmar que ele encerrou o expediente em 100 d.C. Por causa dessa pedagogia de teólogos ignaros, Nietzsche asseverou: "para ler o Antigo Testamento o indivíduo precisa calçar luvas devido a tanta imundice". O ensino religioso deveria passar pelo crivo da razão de pessoas críticas, cultas, letradas, justamente para não causar o sectarismo e o preconceito como tem acontecido, desde os princípios dos tempos. A Bíblia é um livro que qualquer um pode usar qualquer versículo para defender qualquer ideia, seja ela certa ou errada, boa ou ruim. Onde estava Deus que não soube que este livro causaria separação entre as pessoas? Continuou descansando após criar o mundo? Claro que não. "A Igreja comete quase uma blasfêmia ao conferir autoridade "divina" a textos repletos de erros, omissões, contradições, falsas conclusões, perjúrios e mentiras óbvias". Jesus foi comercializado, esticado, codificado, produzido e virou mito". "Se nos afastarmos da crença da ascensão do corpo físico de Jesus crucificado, crescerá no coração de cada um, e mesmo no coração daqueles que se educaram dentro do cristianismo tradicional, a fé nas verdades puras, ensinadas pelo próprio Cristo".
Deus age através de suas leis que se manifestam na natureza; não age diretamente em nada e muito menos escreve livros.

A comunicação com os mortos e os cristãos



Há no seio de algumas linhas de fé cristã a ideia de que não existe a comunicação com os mortos ou é proibida por Deus. Com uma observação mais atenciosa, notamos que é um grande equívoco tal afirmativa. Se Moisés proibiu seu povo de se comunicar com os espíritos, é porque a comunicação existe e a proibição foi por motivos disciplinares. Jesus, no monte Tabor, falou com Moisés e Elias depois de mortos.

A mediunidade é uma faculdade natural; é uma predisposição que todos os seres humanos possuem em vários graus de desenvolvimento. Ela não é utilizada somente para a comunicação com os espíritos, mas para a realização de curas de doenças, com a utilização dos fluidos espirituais. Sendo uma lei natural, Deus não poderia criar algo se fosse abominável a Ele mesmo. Mas o que aqueles religiosos não percebem é que a comunicação é a prova contra o ateísmo de que a vida continua mesmo após a morte do corpo.

Os ateus podem se convencer de que a vida espiritual existe. Em 2007, foi publicado o livro "Novas Utopias", no qual o espírito de dom Helder Câmara se comunica com o médium Carlos Pereira. O livro foi aceito pelo Vaticano, sendo comercializado pela própria Igreja Católica.

Essa comunicação também faz parte dos estudos da transcomunicação instrumental, na qual os espíritos se comunicam via computador. Esse estudo será tese de mestrado da cientista Sonia Rinaldi, que poderá provar a imortalidade da alma e a relação intermundos.

Publicado no O Tempo

http://www.otempo.com.br/otempo/noticias/?IdNoticia=198768,OTE&IdCanal=2

O declínio de religiões como o cristianismo



Circula pela internet e até em revistas conceituadas a informação de que o islamismo está em franca expansão, e o cristianismo, perdendo adeptos. As crenças herdadas dos antigos cristãos estão repletas de erros de toda natureza. Citações contraditórias, lendárias e anticientíficas estão fazendo o cristianismo, puro ou de origem, objeto de chacota, desacreditado pelas pessoas de maior percepção.

Os teólogos das igrejas cristãs são os maiores responsáveis pelo declínio do cristianismo. É preciso evoluir. O Islã pode superar o Evangelho de Jesus, segundo estimativa feita em vários países. Então, é preciso começar a substituir as propostas dogmáticas e fundamentalistas, que até hoje não conseguiram unir os cristãos - ao contrário, separam-nos mais. Dessa maneira, como podemos esperar pertencer a um só rebanho para um só pastor com crenças divisionistas criadas a cada esquina?

O islamismo é uma religião do Oriente Médio que vem apresentando intenso crescimento no Ocidente. As causas desse fenômeno são, antes de tudo, o recuo do cristianismo frente aos avanços da filosofia, do uso da razão e da ciência moderna, o que deixou um vácuo enorme na consciência religiosa ocidental, esse que foi preenchido por outras religiões. O declínio do cristianismo também foi causado por fatos históricos, como a Inquisição e as Cruzadas; mas, agora, o motivo é a falta de evolução das ideias doutrinárias. Se não houver uma reforma religiosa, a partir da qual se adote uma postura mais séria, sem desprezar a ciência, não sabemos como o Brasil será daqui a 30 anos.

http://www.otempo.com.br/otempo/noticias/?IdNoticia=196946,OTE&IdCanal=2