Os dois pilares que sustentam a fé cristã são a morte de Jesus na cruz como remissão dos pecados e sua ressurreição. Para um bom observador, esses fundamentos estão, aos poucos, perdendo força e credibilidade. Como explicar Jesus ter morrido na cruz para salvar a humanidade dos pecados se a humanidade nem mesmo existia? Deus não enviou Jesus ao mundo para ser cuspido, chicoteado e pregado numa cruz para, depois de todo esse suplício, perdoar os pecados que nem mesmo tinham sido cometidos. Ninguém é perdoado por antecipação.
Sobre a ressurreição, há relatos de que o deus Hórus, do antigo Egito, também ressuscitou no terceiro dia. Da mesma forma que Krishna também ressuscitou. No Bhagavad Gitá, Krishna era considerado o deus encarnado na Terra, o salvador do mundo. Nasceu miraculosamente de uma virgem e declarava: "Eu sou o caminho, a verdade e a vida". E, para surpresa dos cristãos, Hórus ressuscitou El-Azaru, que, traduzido para o latim, é Lázaro. Se a história diz que Jesus ressuscitou esse homem, Hórus o fez muito antes de Jesus nascer.
O Jesus histórico foi mitificado por Paulo para ser aceito pelos romanos e se igualar a outras divindades cultuadas por religiões mais antigas. Nota-se que os dois pilares da fé cristã não estão baseados em fatos originais, mas em mitos. Todavia, essa mítica não desmerece a figura do Jesus histórico, que nos trouxe ensinamentos elevados de boa conduta que servem para todos os seres humanos por serem universalistas.
Publicado no O Tempo de Belo Horizonte
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