quinta-feira, 26 de agosto de 2010

A Bienal e o Livro Digital



Um amigo dono de uma livraria demonstrou uma certa preocupação em relação ao livro digital ou e-book. O livro digital tem lá suas vantagens, mas o livro impresso é secular, criado por Gutenberg no século XV. O e-book, serve para certos fins, mas não acredito que substituirá o bom e velho livro impresso. É um prazer chegar na livraria encontrar um sem número de títulos e gêneros, capas coloridas, brilhosas, folhear o exemplar, imaginar a quantidade de informação e sentir o cheirinho de livro novo. Nada substitui isso, pelo menos para os bibliófilos.

As editoras não querem ser pegas de surpresa quando o livro digital for popular, assim como aconteceu com a indústria fonográfica em relação ao formato MP3 e a Kodac na Alemanha, com filmes e máquinas fotográficas. A preocupação maior deve ser dos produtores de celulose e distribuidores. Por este motivo, até outubro, três grupos formados a pedido da Câmara Brasileira do Livro (CBL) deverão apresentar o resultado de um estudo que deverá dimensionar o mercado do livro digital no Brasil, os modelos de negócios mais próprios com as tecnologias disponíveis e os aspectos legais que o substituto do papel trará aos autores e outros envolvidos no negócio. O Brasil ainda não comercializa o livro digital, mas já existem alguns conteúdos digitais. Certamente esse grupo definirá um conceito sobre o processo de implantar o e-book no Brasil. Há conhecimento que o cliente terá uma assinatura que dará direito a acessar uma série de títulos, sem o famoso " donwload".

Mas é cultuando o hábito pela leitura do livro impresso que podemos manter a venda do produto. Não há problema em adquirir um e-book, o problema esta na comodidade dessa tecnologia ser predominante e muitos apostam da adaptação do mercado livreiro à essa tecnologia. Esta é a hora das editoras comercializarem seus produtos a preços menores, na intenção de manter o mercado aquecido, dando melhores condições de comprar livros. A leitura educa, faz pensar, transporta o leitor muitas vezes ao imaginário, mas também o instrui a uma realidade.
O Kindle, por exemplo, vendido pela Amazon, é preto e branco, e não agradou, é pesado e não substitui o livro tradicional. O e-book é bom para quem gosta de ler na cama sem incomodar com a luz de cabeceira, outrossim, para quem viaja. Por enquanto essa é a vantagem, além de carregar cinco ou mais livros na viagem, carrega-se apenas um e-book. O interessante é que o universitário não precisa comprar um livro se o professor não vai usá-lo inteiro, como acontece, inclusive, no segundo grau. E não é somente crianças e jovens que devem cultuar o hábito pela leitura, os bebês agora tem o seu espaço literário garantido, como mostra a publicação da revista Época desta semana. Há títulos para crianças de 3 a 36 meses.

O livro no Brasil parece artigo de luxo, pois há pesquisa que mostra que o brasileiro lê apenas 1,3 livro ao ano, índice baixíssimo, portanto, não vemos razão de substituir as livrarias, elas podem perfeitamente ter um papel de distribuição de conteúdo, até porque, os livreiros são os qu e melhor conhecem os hábitos dos leitores. Quando o povão lê alguma coisa, esta voltado para a página policial ou esportiva, e como não possui o hábito de ler livro impresso, menos o faria através do e-book.

Agosto 2010




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