domingo, 5 de junho de 2011

Livro espírita não deve ser recolhido, decide juiz

Os exemplares do livro “Obras Póstumas de Allan Kardec”, editado pelo Instituto de Difusão Espírita, não devem ser recolhidos. O juiz federal Marcelo Freiberger Zandavali, substituto da 3ª Vara Federal de Bauru, negou pedido de liminar feito em Ação Popular.

Pedro Valentim Benedito entrou com a ação, com pedido de antecipação de tutela, sob o argumento da obra ser lesiva ao patrimônio histórico e cultural e por veicular conteúdo racista. Ele baseou o pedido, dentre outros documentos, na Convenção Internacional Sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação Racial, tratado internacional cujo cumprimento, em território nacional, foi objeto do Decreto nº 65.810/69.

O juiz Marcelo Zandavali destacou trecho da convenção sobre discriminação racial. “Entende-se discriminação racial qualquer distinção, exclusão, restrição ou preferência fundadas na raça, cor, descendência ou origem nacional ou étnica que tenha por fim ou efeito anular ou comprometer o reconhecimento, o gozo ou o exercício, em igualdade de condições, dos direitos humanos e das liberdades fundamentais nos domínios político, econômico, social, cultural ou em qualquer outro domínio da vida pública”.

De acordo com o juiz, o Instituto não teve a intenção específica de anular ou comprometer o reconhecimento, o gozo ou o exercício dos direitos humanos e liberdades fundamentais dos negros. Ao contrário, em “nota explicativa”, ao final do livro, expressa o “mais absoluto respeito à diversidade humana, sem preconceito de nenhuma espécie”. Ele ressaltou, ainda, que a obra traz a opinião de uma pessoa que viveu no século XIX, época em que era comum este tipo de pensamento com relação aos negros, tanto que em boa parte dos países ainda havia a escravidão.

Assim, de acordo com ele, “fica clara como água da rocha a intenção dos editores de divulgar, sem mutilações, o pensamento kardecista, sem, para tanto, elevar a distinção baseada na cor da pele em ideologia discriminatória”. Com informações do Núcleo de Comunicação Social da Justiça Federal de primeiro grau em São Paulo.

Ação Popular nº 0003015-78.2011.403.6108

sexta-feira, 3 de junho de 2011

O ser humano entre a fé e o conhecimento

Nas linhas religiosas cristãs, predomina o pensamento de que a fé vale mais que o conhecimento e que na Bíblia há de tudo para que o homem possa saber. Ora, o que é o homem sem o devido conhecimento do certo e do errado? O que seríamos sem o conhecimento das ciências?


Muitos pregadores, na infeliz intenção de desqualificar o conhecimento do homem, e a favor de suas crenças, dizem que "a sabedoria do homem não é nada diante da sabedoria de Deus". Como se alguém quisesse saber tanto quanto Deus.


Muitas crenças já não resistem mais à menor análise. Líderes desconversam para que os fiéis não obtenham esclarecimentos. Freud asseverou: "À medida em que os frutos do conhecimento se tornam acessíveis ao homem, mais acelerado é o declínio da crença religiosa".


Todas as religiões merecem respeito, mas todas estão eivadas de mitos e lendas antigas.
O dogma da fé cega sem o concurso da razão é o responsável pelo aumento tanto de ateus como de fanáticos religiosos. O conhecimento proporciona elevação, entendimento e equilíbrio. A fé precisa de uma base, o conhecimento, daquilo em que se crê. Quem defende que é preciso ter fé sem conhecimento está mal-intencionado.


Deus nos concedeu a faculdade do raciocínio para que o desenvolvamos a nosso favor e da humanidade. Desprezar o conhecimento humano é desprezar o estudo de suas leis, mas dizer que a Bíblia contém tudo o que o homem precisa é colocar um limite no Criador, que é ilimitado.


Publicado no O Tempo

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