quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Jesus morreu por nós?


Muitos cristãos, ingenuamente, acreditam que Jesus morreu para nos salvar e que seu sangue lavou todos os pecados de nossa alma, entendendo-se aqui o “nossa” como a raça humana. A lógica e o raciocínio espírita não podem aceitar tal crença, pois sabemos que isso é herança do judaísmo, onde realizavam sacrifícios de animais acreditando que seu sangue aplacaria a ira de Jeová, tal e qual a maioria dos povos ditos pagãos.

Se a morte de Jesus fosse para redimir a humanidade dos pecados, o mundo deveria estar sem eles: ademais, onde está o resultado prático dessa morte que não se viu até hoje? É evidente que a imolação de uma vítima inocente é um legado deixado a nós pelos povos antigos, mais próximos da barbárie. A própria Bíblia desmente essa absurda crença; “é impossível eliminar os pecados com o sangue de touros e bodes” (Hb 10,4) e mais: “depois de termos recebido o conhecimento da verdade, já não há sacrifícios que possam tirar nossos pecados” (Hb 10,26). Jesus sabendo que isso aconteceria ainda preveniu os apóstolos; “vai chegar a hora em que alguém, ao matar vocês, pensará que está fazendo um sacrifício a Deus” (Jo 16,2), mas de nada adiantou o aviso, pois até hoje essa crença continua sendo cultuada, mesmo com a reprovação Dele. Um pecado não pode redimir um outro, que é o fato de se imolar um ser humano. Jesus não poderia salvar-nos dos pecados se nem pertencíamos à humanidade de sua época, muito menos perdoar pecados que não foram cometidos.

O Espiritismo segue as leis morais que constam no Evangelho, não as influências culturais, pois sabemos que “a cada um será dado segundo suas obras” (Mt 16,27) e não há animal nem ninguém para saldar nossas dívidas a não ser nós mesmos, “pois seremos julgados pelos nossos próprios atos”, sejam eles bons ou maus. Isto nos é confirmado em “II Coríntios 5,10”, ou seja: “Porque todos devemos comparecer ante o tribunal de Cristo, para que cada um receba segundo o que tiver feito por meio do corpo, ou bem, ou mal.” A lei é simples: E Jesus disse-lhe:“Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu pensamento. Este é o primeiro e grande mandamento. E o segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Destes dois mandamentos dependem toda a lei e os profetas”. (Mt 22,37-40). Segundo os dizeres do Mestre, quem segue a Lei de Deus não sacrifica, logo, não mata. Portanto, o maior sacrifício é educar nossas más tendências, que é a causa dos pecados e só deixarão de existir com a nossa reforma interior.

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Ciência espírita

O termo Ciência vem do Latim scientia, significando "conhecimento" refere-se a qualquer conhecimento ou prática sistemático. Num sentido mais restrito, ciência refere-se a um sistema de adquirir conhecimento baseado no método científico. E muitas descobertas foram feitas através da "ciência de observação", de onde tiraram conclusões definitivas sobre o objeto estudado. O espiritismo tem por objeto de pesquisa o conhecimento das leis que regem o princípio espiritual bem como o ambiente no qual reina a matéria sutil. Na ciência espírita estuda-se o elemento espiritual e o empirismo é feito pela observação direta sem o uso de aparelhos. No passado apenas era considerado ciência tudo que passava pelo crivo do empirismo, mas os estudos da astronomia e seus fenômenos não podiam ser provocados nem testado em laboratório, então, mudou-se o conceito e a astronomia passou a ser considerada uma ciência sem passar pelo crivo do empirismo. O espiritismo por estudar os fenômenos de ordem natural é considerado uma ciência pelo uso do "método cientifico da observação". A mediunidade é uma faculdade que o ser humano nasce com ela e pode ser usada para provar materialmente que os mortos não estão mortos. Que existe vida inteligente fora dos padrões da matéria a qual conhecemos. E que a alma sobrevive após a morte do corpo físico mantendo sua consciência, porque se não houvesse a mediunidade ninguém saberia que a vida continua depois da morte. As principais áreas de investigação espírita são: a existência de Deus; evolução do espírito: o elemento espiritual dos seres dos reinos inferiores; origem dos espíritos humanos; encarnação e reencarnação; pluralidade dos mundos habitados; o mundo espiritual; interação espírito-corpo: perispírito, efeitos psicossomáticos, mediunidade; implicações morais (uma área científica e filosófica): livre-arbítrio, lei de causa e efeito.

Curso Superior de Espiritismo

No ano que vem o começa a ser administrado primeiro curso superior de Teologia Espírita do Brasil. O estudo da doutrina dos espíritos codificada pelo educador e pesquisador francês Allan Kardec, há um século e meio não será mais exclusividade dos centros espíritas. Os adeptos da doutrina poderão estudá-la, com direito a diploma, beca e tudo o mais que uma graduação universitária dá direito. O Ministério da Educação decidiu autorizar em setembro o funcionamento do primeiro curso de bacharelado em Teologia Espírita do Brasil, que será ministrado na Faculdade Dr. Leocádio José Correia, em Curitiba (PR). “A idéia do curso é formar não só bacharéis, mas também pesquisadores do espiritismo”. A ideia foi de Maury Rodrigues da Cruz, presidente da Sociedade Brasileira de Espiritismo. As inscrições para o vestibular estarão abertas até 13 de dezembro e os candidatos que disputarão as 100 vagas oferecidas terão de passar também por uma entrevista com especialistas. “É uma forma de avaliarmos melhor os interessados, assegurando o ingresso de pessoas realmente comprometidas com a pesquisa”, pois o curso terá duração de quatro anos. As bases da doutrina são a crença num Deus Único, criador de todo o Universo, e na imortalidade do espírito, que evolui sempre, por meio de várias encarnações. O curso tem o objetivo de análise do espiritismo em suas linhas religiosa, filosófica e científica. A existência da alma, sua sobrevivência ao transe da morte e os fenômenos mediúnicos compõem um universo ainda pouco estudado nas rodas acadêmicas. No âmbito coletivo, o estudo dos fundamentos espíritas contribuirá para desmistificar muitos aspectos do espiritismo., pois ainda existem pessoas que pensa que espiritismo é ligado a umbanda, candomblé, quimbanda, ou por haver comunicação com os espíritos. Uma coisa é certa, quem se habilitar a fazer a faculdade com certeza ganhará muito em auto-conhecimento, mas longe de ser um curso para formar videntes ou médiuns, muito menos para fazer adivinhações.