A historia da igreja católica passou por um longo período negro com as fogueiras da inquisição que imolaram inúmeros corpos, as Cruzadas, a noite de São Bartolomeu, católicos contra protestantes na Irlanda do Norte na década de oitenta, e agora uma série e escândalos envolvendo pedofilia. Ora a igreja é uma instituição como outra qualquer e precisa se adaptar ao nosso tempo, mas seus dogmas pra lá de ultrapassados é umas das causas da pedofilia. Faz-se mister esclarecer que o sexo sempre foi visto como algo pecaminoso por esta instituição, como se Deus pudesse criar um pecado.

Em pleno século XXI tem gente que acredita na infalibilidade papal, criada em 1870, a Igreja, não mais chamada cristã, mas Católica Apostólica Romana, resolveu decretar que o Papa era infalível sobre as consciências de seus fiéis. Uma forma de faze-los submissos como faz até hoje. Deste modo, o Papa Pio IX promulgou o decreto da infalibilidade papal. O Papa não é infalível porque não é perfeito, ele é tão falho como qualquer humano, se os papas fossem infalíveis João Paulo II não teria pedido perdão ao mundo pelo morticídio cometido por seus antecessores. O celibato clerical é um dogma de alto risco, foi estabelecido em 1070, um verdadeiro atentado contra a natureza humana que geraria inúmeros sofrimentos a religiosos sinceros e estimularia outros a desvios de conduta lamentáveis. Se um padre absorve bem o celibato, não há problema nenhum, a história mostra que inúmeros homens se tornaram assexuado por livre espontânea vontade. Mas para os que não conseguem absorvê-lo, é uma situação dificil. Na verdade, há dois interesses nesse dogma, um, é o sacerdote ser livre para se dedicar exclusivamente à igreja, o outro, é o aspecto econômico, um padre sozinho, sem família, a despesa é bem menor para os cofres da igreja.
A Associated Press mapeou em 21 paises, 30 casos de padres suspeitos de abusos sexuais que foram transferidos para outras nações. Dois deles se relacionam com o Brasil. O primeiro caso é o do padre xaveriano Mario Pezzotti, acusado pelo americano Joseph Callander de abuso e de estupro, em 1993. Os crimes, dizia Callander, tinham ocorrido em 1959, quando estudou em um extinto colégio xaveriano do Estado americano de Massachusetts. O caso acabou num acordo indenizatório de US$ 175 mil. Na época, num bilhete, o padre disse que achara "a cura" no Brasil. Mario Pezzotti saiu dos EUA para trabalhar com índios no Pará. Na Amazônia, as críticas ao clérigo geraram muitos problemas. Óbvio, para um padre catequizar uma tribo com dezenas de índias peladas o resultado não poderia ser outro... Outro caso é o do padre jesuíta Clodoveo Piazza, premiado por seu trabalho na Organização de Auxílio Fraterno, que mantém abrigos em Salvador. Italiano naturalizado brasileiro, ele chegou a ser secretário estadual de Desenvolvimento Social e Combate à Pobreza, antes de ser alvo de denúncias de abuso e exploração sexual.
Outra criação da igreja foi a confissão auricular, instituída em 1215. Ao contrário dos tempos apostólicos, a confissão era feita publicamente, o que passava a constituir grande barreira para sua reincidência, o mesmo não ocorreria com a recém-criada confissão auricular. E, sem dúvida, a maior vítima do confessionário seria a mulher. Esta, caracterizada por um espírito mais sensível à religiosidade, passa a ser vítima de longos e indiscretos interrogatórios. Submete-se, passivamente, diante de um homem solteiro, e, muitas vezes, traumatizado por um celibato mal absorvido pelo seu psiquismo, a questionamentos íntimos e delicados da vida conjugal. A mulher muito provavelmente lançava-se, de joelhos, aos pés de um homem cheio das mesmas fraquezas dos outros mortais, na enganosa suposição de que o padre é a representação da divindade. Só Deus sabe como os padres conheciam bem a vida íntima das mulheres de sua paróquia! Hoje, a mulher moderna, inteligente, não se submete à essas regras constrangedoras.
Que autoridade tem um padre de saber da vida alheia? Como pode dar conselhos sobre o casamento se ele não tem experiência nenhuma em casamento?

A igreja com essa atitude esta indo contra a própria natureza humana, não levando em conta que o sexo é saudável, desde que se faça com segurança e responsabilidade. Mas essa proibição acaba gerando o sexo às escondidas, além de muitos abortos. Será que existem pessoas ingênuas que não acreditam existir padres homossexuais como foi noticiado durante a semana em Arapiraca, ou um outro que não tenha pelo menos uma namoradinha? Que mal pode haver um homem ter uma mulher se Deus criou um para o outro? O celibato é uma das causa da pedofilia e a igreja precisa rever esse dogma arcaico com urgência, caso contrário, as atitudes dos padres de Arapiraca pode se espalhar pelo Brasil, manchando a imagem desta respeitável instituição.
Abril 2010